domingo, 6 de janeiro de 2013

A SÍNDROME DE DOWN E EU



Hoje quero escrever sobre a Trissomia do 21 (Síndrome de Down). Escrever especialmente para mães que tiveram ou venham a ter esses seres muito, muito especiais. Especiais sim, porque são seres iluminados, maravilhosos, ternos, amorosos e dentro de seu mundo, muito inteligentes. Como sei disso? TENHO UMA CRIANÇA COM SD. Meu filho amado, Arthur. Quando fiquei grávida aos 39 anos, levei minha gravidez normalmente. Sem perceber que carregava em meu ventre um ser especial. Fui a todos os pré-natais sem que o especialista me desse qualquer indício de que algo poderia estar acontecendo dentro de mim. Em algum momento de minha gestação, senti impulsos obsessivos de fazer pesquisas a respeito da Síndrome de Down. Comecei a ler tudo como uma preparação para o que tivesse que vir. Foi como se eu já soubesse que eu carregava uma criança SD. Transformei-me em quase uma expert no assunto. Mas o que eu li, percebi mais tarde, nada tinha a ver com a realidade. As características físicas sim correspondiam, mas o restante, só quem tem um filho com SD sabe.

E nasceu Arthur.

Nasceu com um defeito congênito no pé que com as tecnologias de hoje, em uma semana já havia sido corrigido. E veio com a Síndrome. E a síndrome não se corrige. Medo do que vinha pela frente? Jamais. Apenas recebi em meus braços um serzinho lindo, um bebê como todos os outros. Arthur nasceu sem nenhuma das dificuldades com que eu havia lido e pesquisado incansavelmente. Só precisava ser estimulado. Claro que ele nasceu com algumas debilidades, mas nada que uma mãe não “tirasse de letra”. Suas características físicas confirmavam a SD: olhos afastados e puxados como se fosse um japonesinho, dedinhos dos pés abertos como se usasse sandálias de dedo, hipotônico (mais mole que o normal). Segui todas as recomendações que um bebê SD deve ter. Fisioterapia, fono, terapia ocupacional, etc. Uma criança com SD tem mais dificuldades de aprendizado, mas aprende. Ela tem o seu tempo. Com menos de dois anos Arthur deu seus primeiros passos, e quando dei por mim, percebi que meu lindo bebê havia crescido. E pasmem, sem nenhuma pedra pelo caminho.

Hoje, com dez anos, Arthur frequenta uma escola normal, conhece todo o alfabeto e está começando a ler. Formar suas primeiras palavras. Tem uma memória invejável e é muito astuto. Ninguém consegue enganá-lo. E é muito independente.


Escrevi este texto, especialmente para as mães que tem ou venham a ter um filho com a Síndrome de Down. Não tenham medo. Como diz o ditado: "Deus dá o frio conforme o cobertor". Ter uma criança com Síndrome de Down não é nenhum bicho de sete cabeças. É uma bênção! Um filho com SD aprende tudo com você, mas você mãe, aprende muito mais com ele.

Hoje, quando paro para pensar, percebo que, naqueles dias em que a curiosidade me assolava e eu ia para o computador pesquisar sobre a síndrome de down, era ele, Arthur, me preparando para recebê-lo no mundo. Por isso não tive medo e o recebi do jeito que era de braços abertos.

Um grande abraço. 



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