Não podemos viver de passado. A vida está aí, no presente, para podermos apreciar, aproveitar. O passado se foi, o presente aí está e o futuro ... Bem, quem sabe o que será o futuro? Mas, o passado está sempre em nosso presente, porque cada cheiro, cada música, cada gesto e palavras ditas por alguém nos remete ao passado. E é nesse passado que estou agora. Não sei porque, procurando uns papéis do presente, caiu em minhas mãos outros do passado. Amarelados pelo tempo. Quando os abri, sorri e minha mente foi para bem longe. Foi para uma época em que eu era muito, muito romântica e com pretensões a ser uma escritora. Gostava de escrever poesias de amor. E as escrevia aos montes. E esses papéis amarelados pelo tempo estavam agora em minhas mãos e resolvi que ia colocá-los em meu blog. Poesia a poesia. Uma a uma. Aos poucos. E hoje, no presente, começarei postando a minha poesia do passado.
ENCONTRO
... e a linha se quebrou
no instante em que dois corpos e corações
se encontravam.
Fez-se então, momento de puro êxtase.
Bilhões de cristais se estilhaçaram.
Pedaços de amor escorreram pelos poros dos
amantes.
Soluços subiam pela gargante, encontrando-se
às lágrimas, num esgar de emoção.
E neste vai e vem de corpos, de mãos que se buscam
de sexos que se encontram, de lábios que se beijam,
sugando o último resquício de sensatez dos amantes ...
... e nessa sensação alucinante de entrega,
nessa luta de vítima/carrasco, carrasco/vítima,
a vitória é entregue apenas ao amor.
No instante em que a linha se quebrou.
(Escrita em 1989)
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